Toda vez que volto de uma consulta médica rola uma coisa meio louca, meio auto-destrutiva, a sensação de que sou uma pessoa azarada+devo ter cometido muitos pecados nessa vida+já que está tudo uma droga não há como piorar, e daí eu como um boi. Não o boi, literalmente, pois eu não sou feliz com carne vermelha. Mas eu de-vo-ro todos os chocolates/queijos e coisas gostosas que estiverem a minha frente.
Viver é aprender a controlar essa variação de humor e não deixar que isso se estenda a alimentação. Isso não é uma escolha, é a única opção possível agora, nesse momento.
Nunca fui magra, estão por aí as fotos de família que não me deixam mentir. Com pequenas variações conforme os amores e os desafetos, não me recordo de ter entrado numa calça tamanho 38. Meu tamanho só causava irritação quando resolvia comprar aquela roupa linda e na promoção, e a vendedora mandava a sentença “não tem o seu número”, como se esse país fosse composto de mulheres altas e magras, prontas para a SPFW. Vida normal, engordativa e estável pós ajuntamento das escovas de dentes, quilos a mais, matricula na academia e travamento geral e absoluto. De março a junho, além do combo de remédios para dor, ganhei exatos 8 quilos.
Só quando perdi todas as calças é que entendi que estava na hora de procurar ajuda profissional, ou dar um jeito de ter mais dinheiro para comprar roupas novas.
Optei pela nutricionista.
Sendo ignorante, tenho a impressão de que o que ela faz eu mais ou menos faria também, com a ajuda do Google, claro: planejar uma dieta, calcular calorias e fechar a boca não requer muitos conhecimentos. (eu não acho isso de verdade, sei que a menina estudou um monte pra estar ali). Mas essa coisa de ter um compromisso quinzenal com a nutricionista e conversar sobre alimentação e mudança de hábito é fundamental para o sucesso, pelo menos no meu caso.
Com as orientações da nutricionista, reorganizei minha vida: saiu a manteiga Aviação no pão frances quentinho e entrou o pão light com Becel; cortei quase todos os carboidratos, inseri frutas, maior ênfase nos legumes e verduras, que eu sempre amei mas que agora tem o papel principal na minha dieta, tudo isso com pouco azeite, nada de açúcar, refrigerante, queijo, fritura e aqueles caldinhos em cubos, pura gordura e sódio.
Em um mês perdi exatos 7 quilos. Muito, para alguém que só reorganizou a alimentação e que está impossibilitada de realizar atividade física. Mas tem o chocolate, cura momentânea para toda a tristeza do meu mundo, o frio que faz de toda salada um tormento e o cansaço em comer sempre mais ou menos as mesmas coisas e que me impede de perder mais peso.
Por hora estamos aí, descobrindo novos produtos da maravilhosa industria “light”, contando a quantidade de calorias ingeridas e tentando não transpor o humor para o prato. Até setembro, vamos ver quanto se pode perder.
PS: não to ganhando pra fazer propaganda, mas vcs já deram uma olhada nos produtos Taeq? To aqui feliz pela ultima aquisição, essa caixinha de chocolates light, com 36 calorias por tablete. Lindo, né?
PS2: Não, colega, não quero emagrecer pra virar modelo, mas porque tenho uma coluna bichada que não suporta o peso que carrega.
PS3: Sou hoje uma feliz usuária de calças 42, sem aperto.