lindo, lindo e lindo.
e ponto.
ps: mas eu queria um show de verdade, como aquele da Virada, sabe? Pra pular ao som de Capetão 66.6...
praticante da fina e complexa ciência do achismo+projeto de mulherzinha crafter
domingo, 19 de setembro de 2010
pato fu - musica de brinquedo - sesc vila mariana
sábado, 18 de setembro de 2010
Acho que um sinal da minha velhice foi ver o VMB 2010 e não entender absolutamente nada do que ocorria ali. Rádio? Só escuto a Kiss, e olhe lá. Minha cultura musical vem daquilo que leio e baixo, mas sobretudo das minhas memórias: não sou muito ligada em mudernidades, eu gosto mais ou menos daquilo que eu sempre gostei. Mas daí vem o VMB, meninas enlouquecidas e aquele som desconhecido que se intitula rock. Fiquei atônita.
Procurando explicações para a minha cara de ué, cheguei a essas duas coisas:
“O Restart ganhou tudo no VMB 2010. Parabéns. Explicação: ganhou porque é rock de verdade. Rock é tudo aquilo que um jovem ama e seus pais desprezam. Pode ser um corte de cabelo, um tipo de roupa, um grupo de amigos, até música, e preferencialmente tudo junto.”
“Apedrejar o Restart - ou Elvis, os Beatles, o RPM ou Luan Santana - pela paixão de suas fãs é inútil. O Restart é a rebelião adolescente do momento.”
“Foram precisos três anos, duas bandas de Pernambuco, quatro moleques de Brasília e um bando de maconheiros do Rio de Janeiro para que fosse possível confirmar a viabilidade de uma música pop genuinamente brasileira. O mangue bit, os Raimundos e o Planet Hemp mudaram tudo ao cruzar gêneros, desafiar convenções de mercado e estabelecer um novo padrão de composição, que fugia do rock, se aproximava do rap e tinha como referência as contradições das grandes cidades brasileiras. Suicidal Tendencies e forró, hip-hop e a malandragem da Lapa, skate e maracatu. Ídolos pop de uma linhagem suburbana, a continuação pós- moderna do imigrante que enxerga a metrópole a partir de uma perspectiva muito particular. Cabelo carapinha, pele escura e dreadlocks em choque com o arianismo gélido e encapotado do rock dos anos
Mas a onda que quebraria com toda a força em 1994 recuou e se diluiu, ainda que seus respingos estejam por aí. E o ciclo de destruição pop se repete quando a música jovem feita hoje no Brasil, pelo menos a que se impõe no mainstream, surge da negação da década passada ao abraçar o rock tradicional da mesma maneira que a geração dos anos 80. O som é californiano e o padrão estético a ser perseguido não está na periferia das cidades brasileiras e sim nos subúrbios norte-americanos; sejam eles reais, idealizados ou mesmo replicados de maneira pobre nos condomínios de São Paulo e da Barra da Tijuca.
Hoje tem show do Pato Fu. No ultimo que fui, no primeiro semestre, fiquei besta em ver como as pessoas eram bonitas e bem comportadas. Ninguém se levantou, pulou, vibrou. Na platéia era grande o número de casais com filhos, ou pessoas que aparentavam estar pra lá da casa dos 30. Nenhum louco que fosse pra frente do palco pular ao som de Capetão 66.6.
Teve o Planeta Terra, né? E teve outros shows bem legais, bem dançantes. Mas quem é que escuta essas bandas? E o que está na boca do povo?
Acho que o rock envelheceu e não fala mais aos jovens.
domingo, 12 de setembro de 2010
revelando são paulo 2010
Então eu fui pro Revelando São Paulo, como faço desde 2002, mas dessa vez foi diferente, pois o evento foi transferido do Parque da Água Branca para o Parque do Trote, na Vila Guilherme (oi?). Ok, zona norte não é o fim do mundo, certo?
Com todo o respeito ao povo do lado de lá do rio Tietê, chegar aí é tarefa árdua, né? O metrô passa longe, os ônibus partindo do centro são raros. E o lugar do evento, num claro abandono.
Na verdade fui pra Vila Guilherme com o pé atrás, porque lembro ter escutado boatos de que a administração do Parque da Água Branca desejava tirar o evento dali devido aos danos que o mesmo trazia. E aí, justamente no segundo semestre, o parque entra em reforma, sendo essa a justificativa para a transferência do evento. Mágico, não?
Estou longe dos jogos políticos e não faço idéia do que está em jogo nessa mudança. O que sei é que o Parque da Água Branca tem toda a facilidade de acesso (trem, metro e uma infinidade de linhas de ônibus), o que era garantia de público e de lucro para os expositores. O parque contava com poucos banheiros, o que era solucionado com banheiros químicos, e que o espaço era pequeno para a quantidade de expositores e visitantes. Mas tinha a arena, ponto perfeito para as cavalhadas e outras manifestações culturais que precisam de espaço para serem realizadas. E mais: havia os cortejos, iniciados no Memorial da America Latina ou na Igreja do Rosário, no Largo Paissandu, lugar de encontro das irmandades de homens pretos e pardos, devotos de Nossa Senhora do Rosário, Santa Ifigênia e São Benedito, responsáveis pela congada.
Bem, acho que agora não rola mais nenhum cortejo. Aliás, eu não faço idéia se estava/como fica a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida nessa confusão toda.O que eu sei é que ontem, segundo dia do evento, a coisa estava bem morna. Conversei, como sempre, com o povo do interior, e as opiniões eram divergentes: uns estavam satisfeitos, pelo menos aparentemente, com a mudança, argumentando que o novo espaço, por ser maior, trás a possibilidade de crescimento; outros, tensos pelo público aquém das expectativas, se queixavam da baixa venda de produtos e temiam pela continuidade do evento. E mais: tudo parecia de improviso, do banheiro sem iluminação a falta de decoração (mas gente, espalha os cartazes dos anos anteriores e das edições regionais que já fica bem bom!), da iluminação inadequada no espaço de artesanato, a pouca propaganda, pois não vi nenhum cartaz nos ônibus ou metrô, e sei que passou na TV apenas nesse sábado, no SPTV 1ª edição.
Eu temo pela continuidade do evento, oportunidade rara pra sentir o cheirinho da comida feita no tacho, comprar pinga do povo de Pariquera-açu, comer tainha na barraca de Iguape e trocar uma idéia com as senhoras de Caçapava, as congadas, moçambiques e cavalhadas, coisa que, menina da cidade que sou, só conhecia pelos livros e pela TV.