terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pedido de casamento

Eu só queria te dizer que sim.

Sim, eu aceito e assumo os riscos. Só preciso de espaço suficiente para os meus livros, nem faço tanta questão do resto. Alias, não faço questão de nada, festa, formalidades, nada. Sei da necessidade de viver isso tudo até o talo, até onde não houver mais fôlego. Pois, depois do beijo na testa antes de dormir, dos afagos, da mão na mão na hora do aperto, das graças, das brigas e reconciliações, de toda a libertação que o encontro desencadeou, depois de tudo, não quero mais o pouco.

Daí já vem um outro e me lembra de que tudo acaba, e eu bem sei que tudo tem seu prazo de validade, mas ainda assim arrisco. Você me vale todo o risco.

Dá pra entender essa minha necessidade em persistir nos erros? Não, eu sei que não dá, que nos tempos modernos não cabe mais um amor assim, passional. E eu faço o que? Troco meu coração na feira do rolo por uma quinquilharia qualquer?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

vício

depois de dr. house e how i met your mother...

flash forward!
o mundo pára por 2:17. nesse tempo as pessoas tem um flash de como será as suas vidas dali a 6 meses. o que fazer a partir dessa visão?


(ainda primeira temporada, já no aguardo, com nervos a flor da pele, do 8º episódio)

domingo, 8 de novembro de 2009

valsa com bashir

tardiamente assistimos Valsa com Bashir. terminado o filme, restaram as dúvidas: porque eu demorei tanto pra assistir?; isso tudo é verdade?; se sim, quais os desdobramentos de tais fatos? que droga de curso de história eu fiz que não me lembro do que rolou no líbano na década de 80?
o deus-google ainda não me deu todas as respostas, mas uma coisa é certa: é uma ótima animação, completamente diferente de Persépolis (ambos falam sobre memória de guerra), é mais agressivo, nas imagens e no modo como a história é contada.
mereceu cada um dos muitos prêmios que recebeu, fato.

na folha de ontem:

Prefeitura quer tornar região da Barra Funda a mais populosa de SP

Projeto para estimular a ocupação prevê aumentar para 230 habitantes por hectare a ocupação, que hoje é de 90

Verba para obras virá de operação urbana que inclui parte de Perdizes e Água Branca; ideia é aproveitar a infraestrutura pouco usada

***

A barra funda virou hype. lá há uma porção de novos bares/baladas/points para onde a moçada descolada da cidade se desloca, deixando pra lá a vila olímpia e a vila madalena.

me chame de conservadora, mas eu não gosto nada disso.

pra mim a barra funda deveria permanecer assim do jeito que a conheci há 5 anos: com suas casinhas operárias, as velhinhas nas calçadas, a galera na quermesse da igreja de santo antônio, o barulhinho do trem passando, e os meus alunos indo jogar bola no areião, a tranquilidade do bairro em oposição ao caos do Centro, tão próximo dali.

e, se de fato o projeto da prefeitura vingar, teremos um bairro invadido por um bando de playboys e patricinhas que pouco se importam com as histórias nem as pessoas do lugar.

ps: pesquisando no google sobre casas operárias cheguei aqui

das invenções


flores de feltro, segundo o precioso tutorial do superziper. a azul é um broche e a vermelha, um tictac pra prender no cabelo.

sabe a feira "como assim?", aquela que acontece ao lado do conjunto nacional? então, há uns 2 meses vi um colar lindo (e caro), achei diferentão e bacanérrimo. olhei com cuidado e voltei pra casa com a sensação de que eu poderia fazer um também, e aí está!



quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Contrariando a modernidade, eu gosto de costurinhas. Pode parecer antiquado (né?), obsoleto, um absurdo alguém que queimou sutiã em praça pública, trabalha nove horas por dia e ainda tenha fôlego pra encarar agulhas e linhas, mas é verdade.
(pausa
eu fui criada pra casar e ter filhos, e essa coisa de ser independente foi quase um acidente, nunca imaginado pela minha mãe que, pobre coitada, me ensinou todos os macetes do lar. Sim, gosto de cozinhar pro namorido, sim, eu adoro arrumar as coisas aqui em casa e deixar tudo bacana. Me chame de amélia. ou não)

minha avó tinha uma maquina de costura singer, preta, de metal, com a qual sempre inventava umas modices, bem simples, como a colcha de retalhos azul que me ficou de herança (maldita dor da morte, que nos paralisa: tudo o que restou dela pra mim foi essa colcha, e nada mais de suas memórias preciosas). desde cedo minha tia costureira alimentou meus desejos com botões, rendinhas, fitas, retalhos e demais badulaques úteis a quem veste bonecas. minha mãe tem uma singer também, comprada no começo da decada de 80 em suaves prestações nas casas bahia, que o tempo e a impaciencia fizeram ela ficar num canto esquecido da casa, mas que o sentimento de posse (maldito!) impede que seja doada pra mim.

sempre sofri de curiosidade latente, assim como sempre fui adepta do “faça você mesma”: sou daquelas que vai nas feiras de moda, olha tudo, anota e corre pra casa pra tentar fazer igual. Eu sei que na maioria das vezes não dá certo... assim como eu sei que da ultima vez que eu sai pra trabalhar com um colar handmade exatamente quatro pessoas me perguntaram quanto eu paguei e onde comprei, e ficaram assustadas quando disse “não, colega: isso é arte minha”

então, flores!

flores de feltro e renda, com tic-tac para o cabelo, alfinete para servir de broche ou pra colar na tiara.


















bolsa de feira, comprada na praça da sé pela pechincha de R$5,00+flor de botões, minha mais recente paixão (e que virou moldura para o espelho do banheiro)






ps: sim, aqui em casa de fato tem um manequim de costura, que é constantemente alfinetado com as nossas invenções...
ps2: não sei se é cool, se é modinha, se é sei lá o que. eu gosto, saca: e PÁRA de fazer o radião! (mimimi, hohoho) #internas

terça-feira, 3 de novembro de 2009

sonhei com o fim.
acordei com cara de choro.
amar demais dá nisso.

Quanto dura o amor?

anos de convivio anonimo na repartição pública, os segundos para a leitura da contracapa de um livro, o tempo da troca de olhares no interior de um onibus lotado, os tres minutos e meio de uma dança. Uma aula, um semestre da faculdade. O tempo dos filhos, netos e bisnetos acumulados, dos bilhetinhos trocados na quinta série, de uma partida de war, do beijo roubado no escuro do cinema vazio, da briga passional na avenida movimentada. O tempo de um debate, de uma batida, de um assalto, de mãos que sem querer tocam o sinal do onibus ao mesmo tempo, tão estranha é essa vida.
O amor dura

domingo, 1 de novembro de 2009

hoje, no museu afrobrasil, jorge ben nunca fez tanto sentido...

ZUMBI
jorge ben

Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega e Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver

(jorge ben revisitado. perfeito é pouco)

em off

(do twitter)

@geraldoalckmin_ O contato com a natureza aproxima o homem de Deus. Plantei uma muda de Guaiçara.
rialto