Mais uma tentativa de assalto, mais vitimas numa cidade cheia delas, ok?

***
Comecei a freqüentar a praça Roosevelt há três anos, guiada por alguém que faz do seu amor pelo centro uma luta diária insana. Moradora e/ou freqüentadora da Zona Oeste, até então uma boa parte do Centro era desconhecido pra mim, resquício das proibições e medos do pai (“lá é lugar de puta/traficante/cheirado de cola, vc não vai!”) .
O destino fez com que eu fosse trabalhar bem no meio da praça da república, e justamente comoeducadora comunitária de uma escola de educação infantil. Comecei então a me envolver com as questões o Centro e a participar dos encontros do Viva o Centro, e a me encantar pelas histórias e seus donos que, generosos, me pegaram pela mão e me levaram pra passear.
Assim eu comecei a assistir os espetáculos, freqüentar os bares, e o amor dos outros pela praça virou o meu também. Aos poucos entendi a história do lugar, e de como aquele ambiente vibrante era fruto de árduo trabalho dos grupos teatrais ali instalados, e de como ele se difere de outras áreas da região central.
O tempo passou e a Praça, meio do caminho entre a minha casa e a do moço, virou o ponto de encontro entre amigos, o lugar do sanduíche gostoso, da cerveja barata, da livraria bacana, da vasta opção de espetáculos de qualidade e preço justo. Para além da boemia, pra mim a Praça é marco da ocupação e mudança do espaço, mesmo sem apoio do poder público.
A rua precisa ser ocupada. Caso contrário, vira o Largo da Memória, ponto de meninos que cheiram cola e batem carteiras, cotidianamente. Porque ali, marco histórico da cidade, as pessoas passam, apenas. Nada fica, nem poucos segundos de atenção para os azulejos centenários, nada. Quem passa não se importa: só cuida do lugar que permanece.
Por acreditar nessas coisas eu fiquei bem puta com a Revista da Folha que, a um tempo atrás reduziu a praça aos bares e aos “botequeiros”, e entristecida com o coiso todo nos Parlapatões.
***

Ps2:. Tem algumas coisas que merecem ser lidas:
Blog da Márcia Abos
Nenhum comentário:
Postar um comentário