E então, a gente emburrece.
Percebi isso depois de um vergonhoso 4,75 numa prova da faculdade. Sim, minha gente, voltei pros bancos escolares e justamente para fazer pedagogia, curso odiado, mas necessário pro meu desejo de um dia ser chefa.
Guardei a tal prova por duas semanas. Tive vergonha de relê-la, juro.
Nunca fui boa aluna, mas sempre me virei muito bem obrigada, o suficiente para entrar num concorrido curso de magistério e na universidade pública duas vezes.
E agora um inédito 4,75, que me faz pensar no que tenho feito da minha vida. Porque os livros não são tão freqüentes, o cinema não é mais semanal e a minha paciência para as questões de política beiram o zero. De fato, meu tempo tem sido mais curto e a mudança, sim, ela de novo, a mudança mudou de verdade meu eixo, que ainda não foi reencontrado.
Três meses depois e eu ainda não coloquei em ordem minhas tralhas de artesanato. Ontem, um botão de uma calça caiu e eu não faço idéia de onde esteja a agulha e a linha, e daí bateu a maior tristeza: como pretendo ser uma pessoa minimamente organizada se o que me é mais caro e pessoal permanece em desordem?
Sim, estou com saudades dos meus feltros.