quinta-feira, 5 de maio de 2011

cansei

Hoje foi o dia do basta, do chega, do saco cheio, da falta de perspectiva geral. E de uma vontade imensa, entalada na garganta, que será explicitada no fim dos longos parênteses, para situar a galére que não me conhece/não faz idéia do que tá rolando[1].

Loooooooooooongo parênteses:

Um dia eu senti uma dor bem forte, disso todo mundo já ta careca de saber. Não sei se as pessoas tem clareza de que fui em pronto-socorros de hospitais públicos CINCO VEZES e não me mandaram fazer nem sequer um exame. Só soube a causa da minha dor depois de pagar médica e exame particulares. Ao saber o diagnóstico, bem assustador, e a solução, mais assustadora ainda (preciso tirar a hérnia de disco e colocar seis pinos que garantam a estabilidade da minha coluna) corri fazer um plano de saúde e retornei ao hospital público, onde NEM SE DERAM AO TRABALHO DE OLHAR, MESMO QUE DE RELANCE, O MEU EXAME.

Saiu o número da carteirinha, corri para um especialista, que deu EXATAMENTE O MESMO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO que a médica anterior, mas ele apresentou uma possível solução: dar entrada no pronto socorro do hospital onde há a cobertura do meu plano de saúde com uma carta em mãos explicando a urgência do caso e solicitando os exames pré-operatórios. Então, ontem dei entrada no hospital de gente fina&rica, toda linda, e estava crente que seria a feliz dona de seis pinos. Exames pré-operatórios realizados, negativa do convênio, retorno pra casa, ódio no coração.

Última tentativa, Hospital das Clínicas. Porque todo mundo tem uma tia velha ou uma vizinha que conhece alguém que veio do interior do Acre, fez tratamento e voltou pra floresta todo serelepe, tudo bem fácil. Achei que como era um caso de urgência (que fique claro que esse foi um termo utilizado por dois médicos especialistas em coluna e donos de currículos lattes in-ve-já-veis) eu ia chegar lá no pronto-socorro com cara de dor e iam resolver meu caso, e assim eu poderia voltar a ser uma professorinha superbacana em breve. Me enganei MUITO: embora tenha perdido a sensibilidade na panturrilha, embora eu esteja com muita dificuldade em caminhar, abaixar, além da dor constante que se irradia para as duas pernas, ainda assim EU TÔ ANDANDO! Ou seja, não é um caso de urgência. PORQUE SÓ É URGENCIA QUANDO EU PARAR DE ANDAR! Me deram uma receita cheia de remédios fortes, me indicaram fazer fisioterapia pra fortalecer a musculatura da coluna e esperar passar a carência do convênio, pois fazer cirurgia pelo SUS pode demorar muito. EU POSSO COM UMA COISA DESSAS? POSSO?

Por isso, por esse absurdo de ir em hospitais públicos SETE VEZES, sendo que dessas idas CINCO foram ao HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL, (sou professora da prefeitura de SP, que fique claro) pelo absurdo do destrato a que fui submetida, absurdo e ônus que a minha ausência ao trabalho causa, absurdo de todo esse texto longo, truncado e cheio de raiva, o meu desejo mais sincero é bater no kassab, xingar, sei lá. Porque não vale a pena ser legal, não vale a pena se dedicar ao serviço público e não serve pra nada o imposto pago por todo mundo.

E acabou por aqui.

Daqui pra frente vou ter uma vida legal apesar da dor, vou esperar pela consulta no HSPM marcada pro fim de maio, vou aproveitar a licença remunerada e o meu tempo livre em casa, vou fazer uns trampos (aceitamos freelas), vou vender o meu artesanato e vou rir muito de tudo isso.

Me convidem pra beber :)

[1] Onde a letra é maiúscula de fato EU ESTOU GRITANDO. Tô nervosa, ignora ae.

2 comentários:

kell disse...

se for pra bater no Kassb eu ajudo, o restante desejo melhoras...

Xuxudrops disse...

não dá pra ignorar. Só o Estado ignora seus gritos e LOGO ELE! humpf.