domingo, 12 de junho de 2011

presente público, nítido e explicito de dia dos namorados

ou

faltou grana mas eu te amo mesmo assim.

Eu não acredito em alma gêmea, amor à primeira vista, príncipe encantado, “felizes para sempre” e todo esse bla bla bla romântico que, para mim, só faz sentido para as moçoilas de quinze anos virgens&puras (hohoho). Eu acredito naquilo que vivo, e é essa a razão desse texto-presente: o acaso, um encontro e o universo que se abriu pra mim.

abre parênteses

Em 2005 eu já não acreditava na revolução nem no amor, apenas no rock. Voltei do Fórum Social Mundial (esse foi o último em Porto Alegre) com cd’s de uma banda local que ainda era bem tímida nas rádios daqui, a Bidê ou Balde. Ouvi, gostei e virei fã. Fui na gravação de um Acústico MTV (bandas gauchas, lembra?), em shows e, por fim, na gravação de um programa da MTV, o Fanático, que consistia em dois times respondendo questões sobre a banda e uma platéia desejosa pelo showzinho do final. E é aqui que a nossa história se cruza: postei lá na comunidade da banda no finado orkut as informações para aqueles que tinham interesse em participar do programa. Um fulano me pergunta se a coisa toda iria acontecer em Porto Alegre, me adicionou e se transformou em mais uma daquelas fotenhas que estão lá e você não se lembra ao certo a razão.

Pausa

Em 2007 a mesma banda volta a fazer show em São Paulo, pra delírio da galere. Como de hábito, na comunidade as pessoas fazem seus comentários, postam suas fotos, vídeos e trocam gracinhas (gente, aquela comunidade era diversão pura). Escrevi qualquer bobagem e um fulano responde: “acho que vi a telma. reconheci pelo cabelo”. Eu não podia deixar um comentário desse passar em branco, né? Fui responder e vi que sim, aquele cara estava na minha lista de amigos sabeládeus porque (memória de formiga). Adicionei no msn, começamos a prosear, e foi assim que ele explicou porque constava entre os meus amigos, e contou também que estava aqui há pouco, menino do interior do Rio Grande do Sul que veio pra São Paulo tentar a vida e estudar fotografia, deixando para trás a família e um amor que já estava no fim.

Eu, obviamente, disse “quer ajuda para conhecer a cidade?”, e foi assim que a nossa história (re)começou.

fecha parênteses

A gente se juntou na Praça da República com o objetivo de conhecer a cidade. Acabamos nos conhecendo, num revezamento insano entre os nossos apartamentos, até ter o nosso apartamento. Nesses quase quatro anos de convivência só posso dizer que, sem ser piegas, ele me liberta: aprendi muito sobre o mundo e sobre quem eu sou de verdade, sobre carinho, respeito e parceria, sobre família e amizade, mas sobretudo sou mais livre. Entendi que os relacionamentos não são perfeitos, as brigas são inevitáveis mas sempre existe o amanhã, a conversa mais coerente e o retorno à calmaria.

E eu sou muito feliz com ele, apesar da dor nas costas, da grana curta e do frio que faz em São Paulo. Porque ele me deseja, apesar dos quilos a mais, ri das minhas gracinhas e ainda me acha linda, mesmo eu já fazendo parte do time das mulheres de 30. Porque passeamos de mãos dadas no sol de domingo, recebemos os amigos aqui em casa no sábado à noite, cuidamos de dois hamsters que vivem brigando, porque viajamos e compartilhamos descobertas, porque fazemos planos e assistimos TV no final da noite, sob o edredom.

Porque ele vai na 25 de março comprar coisinhas para mim, porque ele acredita no meu potencial, porque temos uma visão de mundo semelhante, porque ele me leva pro hospital em caso de necessidade, porque ele roça o pé no meu toda noite, me lembrando que eu não estou sozinha no mundo.

Eu não sei quanto tempo dura. Sei que por hora ele me faz muito feliz ♥


Nenhum comentário: