segunda-feira, 11 de maio de 2009

depois de uma overdose de Indiana Jones na adolescência, quis me tornar arqueóloga: fiz o curso de história, me encantei pela educação e hoje estou a anos-luz de uma escavaçãozinha. na fase deprê decorei todas as músicas do Los Hermanos e do Gram (lembra?). esqueci metade. aprendi a gostar de berinjela, couve, tomates: na ausência materna, alimentação sai mais barato que remédio.

quase casei, quase mudei, quase pirei, quase morri.

bebi pouco, amei muito.

rodei alguns quilômetros e conheci muita gente: fui muito além do que esperavam de mim. mas ainda não sei o que devo esperar.

guardo o Paulo Leminski e o Caio F. na estante: minhas preciosidades.

acho bacana Amelie Poulain, mas vivo numa fase meio Miranda July.

cansei de ser mandada.

um dia entendi que eu não cabia no lugar onde eu morava. que era necessário partir, questão de vida ou morte, isso já tem dez anos. até hoje não sei direito a que mundo pertenço. vivo aqui e ali: entre o meu depósito de coisas e o corpo que me aquece todas as noites.

ainda gosto de bandas de rock. ainda não fiz um curso de história da arte, ainda guardo bonecas, ainda tenho as cartas de amor-perdido, ainda uso melissa. minha amiga foi pra longe, e os de perto estão cada vez mais distantes.

um amigo diz que aos 29 tem o retorno de saturno, e a gente tem que se apegar a isso pq afinal a gente ouviu muito Legião na adolescência e deve ter algum sentido nisso tudo. muita coisa mudou.

eu espero o inferno astral passar

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