terça-feira, 12 de maio de 2009

Todas as manhãs atravessa a rua calmamente, na esperança de que um carro a atinja em cheio, batida lateral, som oco, queda, um fio de sangue, como naquele filme que ela chorou horrores, mas dessa vez sem o fim trágico, apenas uma fuga leve.

Teria o sangue, as gentes atônitas rogando pragas no transito, sempre ele, a ceifar vida de jovens feito ela, o moço da CET entediado com mais um desvio pra fazer, a ambulância em zigue zague, dá licença por favor, chacoalhar e sirene, hospital, as maravilhas da industria farmacêutica e tudo bem.

Tudo bem e cuidados, tudo bem e carinhos, tudo bem e atenção, tudo bem e descanso em casa, tudo bem e eu tive medo de te perder, tudo bem e desculpa por tudo, tudo bem, tudo, tudo bem. A vida voltaria ao seu curso e apesar do susto todos estariam felizes.

Mas a vida não é filme e você não entendeu...

Todas as manhãs atravessa a rua calmamente, na esperança de que...

Nenhum comentário: