domingo, 31 de maio de 2009

recuperando o tempo perdido

tá, eu li pouco. por mais que eu diga que sou bem sabida em literatura (opaperalá, eu não fiz letras!) e por mais que eu tenha lido por aí, principalmente literatura marginal (ai, sempre eles!), admito que faltou uma coisinha básica mas fundamental: ler os clássicos. a minha lista de livros imperdíveis é longa, e será inaugurada por Alice, que ganhei de presente do namorido ("como assim, vocÊ nunca leu?"). Vale dizer que o livro é lindo e cuidadoso, com inumeras notas e comentários, além das ilustrações.


qual será o próximo da lista?

Depois de Garapa, o José Padilha tem TODOS os créditos comigo...

não há o que comentar. e ponto.

Já tem uma semana que meu pai me deu um abraço, o primeiro e inaugurador dos meus 28.

Nós nunca tivemos uma relação de proximidade física: embora as conversas fossem sempre longas e o interesse dele por tudo o que faço fosse continuo e crescente, o máximo que havia recebido até então era um aperto de mão e um parabéns quando entrei na faculdade. Só.

Festa de fim de ano, casamento, nascimento, nada. Quando a mãe dele morreu só o vi chorar no instante em que o caixão desapareceu naquele buraco, e o máximo que consegui fazer foi oferecer um lenço. Só. Me arrependi de não o ter confortado com um abraço, mas ao mesmo tempo eu não sei como se conforta alguém que perde a mãe.

E então ele vem do nada, com uma alegria gratuita, me abraça e diz: Parabéns pelos seus anos bem vividos.

Devia tê-lo abraçado mais.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

o melhor presente de aniversário

Tel,
A vida é dificil. É uma luta insana (e de pronto perdida) da nossa vontade de transcender contra a nossa finitude humana. A gente sonha que vai permanecer, deseja profundamente permanecer, luta desesperadamente para permanecer. A gente nega que vai desaparecer. A gente esconde (da gente mesmo, dos amigos, dos filhos, do marido) o fato cortante de que vai desaparecer. A gente se debate, arreganha o peito, estoura a voz, escreve textos, apaga textos, briga, arranca cabelos, unhas, pedaços do coração. A gente faz. A gente desfaz.
A vida é difícil. O mercado, as instituições, a contradição histórica, a luta de classes, os miseráveis, os milionários, as celebridades, os anônimos, as mulheres da vida, os homens sem vida, as flores, as armas... todas essas verdades concretas lançam blocos, criam grilhões e fazem com que a luta insana e de pronto perdida de transcendência fique ainda mais confusa e mais dramática.
Mas, mesmo no meio da sangria desatada do meu desejo, mesmo com os olhos vermelhos das luzes gritantes da cidade, mesmo com o medo do concreto e da faca, mesmo com as inseguranças e as podridões que escondo na cabeça e no coração, mesmo com o pardoxo desejo de morrer. Eu tenho você.
Você.
Uma mulher. Mentira. Acredito em Lacan. Você não existe. Você é louca. Louca porque toca no Real. Depara-se com ele diariamente e, atrapalhada pelos cachos do seu cabelo que eu gosto tanto, atrapalha-se com as mãos e não consegue segurá-lo.
Eu te amo por toda sua confusão. Por toda sua insanidade.
Eu te amo porque você me move. Porque você me afeta.
Eu gosto da tua risada de criança, da tua chatice de velha e do teu cuidado de mulher apaixonada.
Um dia eu quero que você mude. Mas não muito. Um dia eu quero que você seja mais segura. Mas não muito. Um dia eu quero que você use roupas normais. Mas não muito. Um dia eu quero que você entenda que não precisa de gente estranha pra te deixar interessante. Mas continue conversando com um moço estrangeiro ou sulista que você, por acaso, encontre, em suas caminhadas pelo Centro.
Sei que te amo porque há em você um mil coisas que eu detesto. E duas mil que eu admiro. E três mil que me encantam. E é isso mesmo. Materialista como tenho me tornado, é uma reação química medida em quantidades essa vontade doida que tenho de abraçar você, morder seu ombro e deitar com você no meu edredon.
Não se esqueça de mim.
Não se esqueça de
Não se esqueça
Não.
Um beijo
Alex.

terça-feira, 19 de maio de 2009

se hoje me perguntarem, digo que não.
mesmo que não.

Tá, eu sou uma mulher de quase 28, madura e resolvida, mas hj foi um dia difícil, ok? E ainda é inferno astral, e a maré não tá pra peixe, e as coisas estão caóticas, e eu nunca me senti tão só. E eu tinha planos, uns planos bem malucos de mudar os móveis de lugar, de fazer o jantar, de te esperar, de te abraçar. Mas aí vem a tona a outra, aquela que quebra coisas que bate a porta que sente raiva, uma raiva que vem do estomago e toma conta.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

Hoje durmo no frio aqui dentro.

Pedi você
Prá esperar 5 minutos só
Você foi embora, embora, embora
Sem me atender...
Pois você não viu...
Não sabe o que perdeu
Pois você não viu, não viu, não viu
Como eu fiquei
Dizem que foi chorando, sorrindo, cantando
Os meus amigos, meus amigos, até disseram
Que foi amando, amando
Pois você não sabe, você não sabe
E nunca, e nunca,
E nunca, e nunca,
E nunca, e nunca, e nunca
Vai saber porque
Pois você não sabe quanto vale 5 minutos, 5 minutos
Na vida...

cinco minutos. jorge ben. ultimo volume.

domingo, 17 de maio de 2009

como estragar aparelhos eletrônicos e ter diversão garantida por uma tarde em sete passos:

(é necessário, para a realização dessa façanha, um notebook e um pote de manteiga aviação gelada)

1 – aqueça a manteiga para o seu pão matinal. Por um minuto e meio;

2 – certifique-se que o notebook está numa distancia curta em relação ao seu forno microondas. De preferência, abaixo.

3 – retire o pote de manteiga do microondas, sem o auxilio de um pano e sem o menor cuidado;

4 – queime-se, perca o equilíbrio e deixe escorrer manteiga derretida sobre o teclado do notebook;

5 – como medida desesperada, incline o notebook para a direita na intenção de deixar a manteiga escorrer;

6 – para limpar a meleca, passe papel higiênico e álcool em gel;

7 – por fim chame a namorada para consertar a meleca. Ela terá boas idéias, com certeza!

Ação da namorada:

Tirar as teclas do teclado, limpar tudo com detergente e pano úmido, com o auxilio de pinça, cotonete e flanela. Resultado?

manteiga pra um pacote de torradas

teclas no tapete verde
limpeza das teclas, uma a uma: mais divertido que quebra cabeças de 5.000 peças!

meu limão, meu limoeiro

Sabe um filme bom? Mas bem bom mesmo, que gera discussão na mesa de bar, que emocional, que de algum modo nos cutuca? Pois é, Simonal – Ninguém sabe o duro que dei é um desses.

Na Bravo desse mês há uma matéria sobre o filme, e me bateu a curiosidade: quem é Simonal mesmo? Lembro vagamente do meu pai ouvindo/comentando algo sobre ele, coisa da época em que ele cultivou o cabelo black, tinha medalhinha no pescoço usava calça boca de sino com camisa aberta até o peito, e sabia que o Simoninha e o Max de Castro são filhos dele. E ponto.

Pulga atrás da orelha, ingresso para a estréia.

O filme conta a ascensão do Simonal, de menino pobre a astro popular, sua pilantragem, charme, simpatia, o panorama artístico carioca, até o episódio que marcou definitivamente a sua carreira: a relação entre ele e a ditadura, frases tortas, entendimentos equivocados, boatos e o fim da sua carreira. Com depoimentos de Ziraldo, Jaguar, Miele e outros, é possível dimensionar a grandeza que a sua fama obteve e a crueldade da opinião pública. Além disso, o filme é bem bacana esteticamente, dando cor e movimento a documentos e imagens, uma coisa que me lembrou muito o clipe Cores Bonitas.

Saí do cinema com um pouquinho de lagrimas nos olhos e vontade de baixar tudo do Simonal, me queixando do tempo que perdi e do quanto não rebolei com sua voz deliciosa. Alegria Alegria!

maio. 2006.

O moço deixou o link aberto, pontapé pra relembrar as sensações vividas para além das manchetes de jornal. Lembro do terror coletivo e da sensação de insegurança instaurado entre as ações e as pessoas do meu cotidiano.

Ouvi e li sobre alguns atos violentos ocorridos na periferia, mas só entendi quando estava no meio do caos: nessa época eu já trabalhava na barra funda, no período da manhã, e ficava na escola até as 14:30. A partir da hora do almoço o telefone da escola não parou de tocar, pais pedindo para buscar seus filhos antes do horário. Como a diretora estava em reunião e só chegaria um pouco mais tarde e a coordenadora não estava entendendo nada, obviamente negou a saída e achou aquilo tudo um exagero. A diretora chegou e, sem a gente entender nada, passou a liberar todas as crianças, conforme a chegada dos pais, assim como os professores que moravam longe, como eu. E disse bem séria para a outra professora, que me dava carona, para me deixar o mais perto de casa.

O que vimos do portão da escola pra fora foi assustador.

Os funcionários do Fórum Criminal e do Trabalhista deixando os respectivos prédios as pressas, porque havia ameaça de bomba. Os pontos de ônibus, abarrotados. Nos supermercados as pessoas se abasteciam para a guerra. Fui deixada no corredor da Rebouças, e vi um absurdo de congestionamento para as duas da tarde, ônibus raros e lotados, empregadas domesticas e engravatados empilhados no desespero de voltar para casa. Nessa época eu morava numa república pertinho do portão 1 da USP, e vi da minha janela a marginal pinheiros vazia as nove da noite, horário marcado para o tal toque de recolher, que o boato tratou de espalhar. Eu tinha ordens expressas da mãe pra não sair de casa (pq mãe é mãe e a gente obedece, mesmo de longe), muito menos ir pra aula. Fiquei sabendo depois que a USP ficou fechada naquela noite por questões de segurança, uma vez que a Academia de Policia fica justamente no portão de entrada (e perto da minha casa).

No restante da semana os pais acharam melhor não levar as crianças para a escola, por temer os incêndios aos ônibus e tudo o mais. A coisa toda se prolongou até a Virada Cultural (e o meu aniversario), que teve um publico assustado e policiamento ultra reforçado.

Daí veio o julho

(como as coisas não tinham dado muito certo na minha vida, eu havia voltado pra Mauá, e estava coordenando os trabalhos do recreio nas férias numa escola que fica ali no comecinho da consolação)

Acorda cedo, pega o trem, corre pro trabalho. Chegando a estação da luz, o caos: não havia ônibus para lugar algum, pessoas voltando pra casa ou se empilhando nos pontos na esperança de que algo mudasse, policiamento reforçado, nenhum taxi vazio. Caminhei da luz até a escola, e a cena de pessoas caminhando e buscando alternativas de chegar ao trabalho era de assustar, pq a gente não tem dimensão do numero de pessoas que dependem de ônibus até vê-las todas reunidas. Nada de crianças, de novo.

Por cerca de quatro meses ouvi debates, declarações, tentativas de explicação, todo um falatório, até que o assunto morreu.

Morreu?

As execuções sumárias continuam ocorrendo, tribunais aplicam pena de morte e ainda muita coisa acontece, mas longe dos holofotes. Ano passado, por duas vezes tive que deixar meu trabalho pois havia toque de recolher e acerto de contas nas proximidades da escola. Um professor amigo meu precisou levar algumas crianças pra casa e no trajeto se deparou com um morto aqui, outro acolá. Os meninos da quinta série contavam com detalhes violências praticadas naquela região. Mas na folha online não deu uma linha sequer.

terça-feira, 12 de maio de 2009

trilha sonora do mês

Vento de raio
Rainha de maio
Estrela cadente

Chegou de repente
O fim da viagem
Agora já não dá mais
Pra voltar atrás

Rainha de maio
Valeu o teu pique
Apenas para chover
No meu pique-nique

Assim meu sapato
Coberto de barro
Apenas pra não parar
Nem voltar atrás

Rainha de maio
Valeu a viagem
Agora já não dá mais...

Nisso eu escuto no rádio do carro a nossa canção
(Vento solar e estrelas do mar)
Sol girassol e meus olhos ardendo de tanto cigarro
E quase que eu me esqueci que o tempo não pára nem vai esperar

Vento de maio
Rainha dos raios de sol
Vá no teu pique
Estrela cadente até nunca mais
Não te maltrates
Nem tentes voltar o que não tem mais vez

Nem lembro teu nome nem sei
Estrela qualquer lá no fundo do mar
Vento de maio rainha dos raios de sol

Rainha de maio valeu o teu pique
Apenas para chover no meu pique-nique
Assim meu sapato coberto de barro
Apenas pra não parar nem voltar atrás

Todas as manhãs atravessa a rua calmamente, na esperança de que um carro a atinja em cheio, batida lateral, som oco, queda, um fio de sangue, como naquele filme que ela chorou horrores, mas dessa vez sem o fim trágico, apenas uma fuga leve.

Teria o sangue, as gentes atônitas rogando pragas no transito, sempre ele, a ceifar vida de jovens feito ela, o moço da CET entediado com mais um desvio pra fazer, a ambulância em zigue zague, dá licença por favor, chacoalhar e sirene, hospital, as maravilhas da industria farmacêutica e tudo bem.

Tudo bem e cuidados, tudo bem e carinhos, tudo bem e atenção, tudo bem e descanso em casa, tudo bem e eu tive medo de te perder, tudo bem e desculpa por tudo, tudo bem, tudo, tudo bem. A vida voltaria ao seu curso e apesar do susto todos estariam felizes.

Mas a vida não é filme e você não entendeu...

Todas as manhãs atravessa a rua calmamente, na esperança de que...

maracujina em doses cavalares em breve não dará mais conta do recado.

perigo iminente!
ainda em tempo:
o mundo é hipocondriaco, fato!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

depois de uma overdose de Indiana Jones na adolescência, quis me tornar arqueóloga: fiz o curso de história, me encantei pela educação e hoje estou a anos-luz de uma escavaçãozinha. na fase deprê decorei todas as músicas do Los Hermanos e do Gram (lembra?). esqueci metade. aprendi a gostar de berinjela, couve, tomates: na ausência materna, alimentação sai mais barato que remédio.

quase casei, quase mudei, quase pirei, quase morri.

bebi pouco, amei muito.

rodei alguns quilômetros e conheci muita gente: fui muito além do que esperavam de mim. mas ainda não sei o que devo esperar.

guardo o Paulo Leminski e o Caio F. na estante: minhas preciosidades.

acho bacana Amelie Poulain, mas vivo numa fase meio Miranda July.

cansei de ser mandada.

um dia entendi que eu não cabia no lugar onde eu morava. que era necessário partir, questão de vida ou morte, isso já tem dez anos. até hoje não sei direito a que mundo pertenço. vivo aqui e ali: entre o meu depósito de coisas e o corpo que me aquece todas as noites.

ainda gosto de bandas de rock. ainda não fiz um curso de história da arte, ainda guardo bonecas, ainda tenho as cartas de amor-perdido, ainda uso melissa. minha amiga foi pra longe, e os de perto estão cada vez mais distantes.

um amigo diz que aos 29 tem o retorno de saturno, e a gente tem que se apegar a isso pq afinal a gente ouviu muito Legião na adolescência e deve ter algum sentido nisso tudo. muita coisa mudou.

eu espero o inferno astral passar

coisas para fazer em sp quando se está sozinha:

arrumar a casa dele;

arrumar a sua casa;

fazer um jantar com as coisas que vc nunca comerá na presença dele, como cenoura com beterraba com salsa com ervilha e com tudo o mais;

passar horas no MSN com gente de longe que você adora;

fazer arte;

ir dormir sem tomar banho (hohoho);

confabular sobre os sons da cidade: a ambulância que sobe a rua, a vizinha que briga com o marido, o gato perdido;

fuxicar a vida alheia, gente que vc gosta ou que vc odeia (hohoho);

visitar a mãe, a tia, rever os vizinhos e ter certeza, mais uma vez que ali não é o seu lugar;

arrumar o guarda roupa;

rever os bilhetinhos de amor perdido, as cartas antigas e ter certeza de que o mundo mudou, e vc também.

assistir a todos os capítulos das séries e procurar por outras;

deitar na rede e olhar o trânsito;

fazer mais arte;

ler TODOS os cadernos da Folha;

cuidar, meticulosamente, das plantas;

contar os minutos para a volta dele.

A moça e sua prancheta:

- oi, você pode responder a algumas perguntas?

- Simclarobvio, porque não?

(pobres moças, passam o dia atrás de alguém que queira contar sobre o xampu, o arroz, o programa de TV e o sabor da gelatina)

- então, quantos anos você tem?

- 27!

- ai, desculpa, mas é que precisamos de meninas com até 20...

(pronto. Meu brinde aleatório-qualquer-bobagem deu tchau no viaduto do chá. E o meu ego, lá em cima: perto dos 30, com cara de 20. dilicia!)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

às vezes, bem às vezes, eu acredito que a cidade ainda tem jeito:




desde quarta-feira percebi o movimento das pessoas em busca de uma programação da Virada Cultural. pessoas comentando, planejando seu roteiro pela noite, elegendo os shows imperdíveis. no sábado, por volta das oito da noite, comecei minha perambulação habitual pelo centro, e aquilo tudo me arrepiou: os franceses malucos e suas invenções, a dança no Vale, os punks vestidos à caráter em harmonia na República. me emocionei com o senhor negão e seus dois meninos, de cabelão black, vestidos lindamente pro baile.





Fui dormir




no dia seguinte o cenário era deprimente: muito lixo (MUITO MESMO), cheiro de urina e bebados e/ou chapados caídos pelas esquinas e gramados, alguns em cima do próprio vomito (ou de outro?).
daí essa coisa de acreditar que a cidade tem jeito e pregar isso pra todo mundo foi um pouco por água abaixo. porque quem me conhece sabe muito bem que sou uma entusiasta do Centro e em especial da Virada, e que acredito que as pessoas precisam retomar esse espaço, central na historia da cidade e na historia de vida de cada um que a habita, mas depois do que vi não sei se a iniciativa vale mesmo. porque as pessoas vem, se divertem, sujam e vão embora. o movimento de ocupação do Centro não é continuo e, sem sensação de pertencimento, o cuidado é zero.




uma pena.




eu continuo aqui, moradora-reclamona do centro, acreditando que um dia as pessoas virão pra cá livre de seus preconceitos, para admirar toda a riqueza e diversidade, e não só pra ver a maria rita.

ps: apesar das coisas ruins, no meio daquela multidão de gente era possível perceber olhares curiosos para a arquitetura e a dinâmica do centro. Talvez o mundo ainda tenha jeito...
... o tempo passou e o telefone não vibrou, a mensagem não chegou, a campainha não tocou. reviu seus passos nos últimos meses na tentativa de encontrar uma razão, mas nada.
nenhuma explicação para aquela solidão assustadora: socorreu quem precisou, escutou desabafos, acompanhou. E de nada adiantou: passou a noite sozinha, na espera de que alguém...

foi encontrada algum tempo depois, quando já era tarde.